sábado, 8 de julho de 2017

VILANIAS PÚBLICAS CONTRA O ESTADO DO RIO DE JANEIRO


                                                                    Cunha e Silva Filho

          Inúmeras são  as omissões e mesmo    a falta de  competência  aliada a ações  perversas  de que o Estado do Rio de Janeiro e a sua capital em especial têm sido vítimas desde o  início do desgoverno  de Sérgio  Cabral que destruiu os fundamentos econômico-financeiros desse Estado.     
           Cometendo o ex-governador o maior desfalque ao erário  público, via propina, de que se tem notícia na história dos governadores  brasileiros, o mais odiado governador fluminense, a par do autoritarismo  que  imprimiu ao seus dois mandatos, foi a causa principal e o  maior responsável pelo que o fluminense e o carioca  estão sofrendo duramente, sobretudo  os funcionários  públicos, alguns levados ao desespero,  outros   compelidos a pedirem até  esmola,  privados que ficaram  dos seus  vencimentos  ou do pagamento   em migalhas  feitos ao funcionalismo  aposentado,  justamente  quem  deveria ser  mais amparado   pelo governo.
          O curioso  é que ou sucessor,   o governador  Pezão,  um indivíduo  fraco  e incompetente para dirigir um  Estado importante e populoso  como o Rio de Janeiro, tem pago  regiamente  outros setores do governo, em geral os que mais  recebem,   os de altos salários como  os poderes legislativo e judiciário  e seguramente  os funcionários do primeiro escalão do governo estadual, como  o próprio salário do governador,  do vice-governador,  dos setores de segurança, entre outros  setores beneficiados.  Por isso,  esses setores privilegiados não estão sofrendo as agruras  da falta de dinheiro, como no caso dos barnabés.
       Não bastando  tantas desgraças e  injustiças  sofridas  pelo funcionalismo, outra vilania  que merece  ser acentuada com veemência e  sentimento de justa  indignação  é o  que o governo  estadual  tem feito com  a Universidade Estadual  do Rio de Janeiro (UERJ) que tem  atravessado os dias mais amargos desde a sua  criação. Vítima de um processo contínuo de esvaziamento, de perda de autonomia  e de  condições financeiras cada vez mais  precárias, encontra-se essa universidade  incapaz   de dar continuidade  à sua administração normal, ela que    conta com um quadro docente do mais alto nível nos seus mais  diversos cursos. Só num país como o nosso, no qual a educação  é tratada em segundo plano,   uma universidade  pública  chega a esse estado de penúria, sem poder  funcionar  plenamente,  sem condições  materiais e humanas  e de infraestrutura (elevadores  parados,  banheiros  em  petição de miséria, serviço de limpeza  deficiente, entre outras exigências mínimas).
        Diante de toda  essas precariedades,  os funcionários já ameaçam  entrar em greve geral. Com isso, são prejudicados os estudantes no avanço de seus  cursos,  na sua  conclusão  e  formaturas, com  gravíssimas consequências na vida   dos estudantes  e  na sua futura atuação  profissional. Quanto  mais o universitário se atrasa nos cursos  escolhidos, tanto mais  prejudicada  ficará  a sua  futura  vida profissional.
        Ora,  impedir  a continuidade  normal  das atividades  universitárias  se me afigura um crime contra a cidadania e contra  a liberdade  do  estudante. Ele não tem culpa  dos atrasos  provocados pelas  interrupções  do seus curso. Ele não tem culpa de que, por exemplo, na condição de  estudante de medicina,  não haja um  hospital-universitário (na UERJ, o Hospital Pedro Ernesto, que  também  passa  pelo mesmo  processo de sucateamento) funcionando  normalmente para os estagiários dessa área e de áreas conexas.
     Todas essas mazelas,  sem dúvida verdadeiros crimes  contra o desenvolvimento educacional–cultural-científico-tecnológico de um Estado,  que recaem sobre o Estado do Rio de Janeiro  - é quase impossível acreditar -  foram   provocadas  pelos crimes sucessivos  do  ex-governador  Sérgio Cabral e, ainda acresceria mais,  sem  nenhuma   providência  rigorosa   tomada pelo  Ministério da Educação e pelo   governo-tampão do Michel Temer  que, de resto e por infelicidade,  é do mesmo  partido  do   ex-governador e  do atual  governador, i.e., o PMDB.
       E, por causa disso,  é bem  evidente a razão pela qual  o governador  Pezão não foi ainda  alijado do poder. É bem verdade que também  o lulismo-delmismo   não está  isento de parcela de culpa, uma vez que o ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma,  tinham  como aliados   o PMDB. Não são poucas as imagens  gravadas  em que o  Sr. Lula se encontra,   sorridente,  e   abraçado com  o  odiento  Sérgio Cabral.  Nesse saco de  gatos da  politicalha  brasileira torna-se  difícil  separar  o joio do trigo.    
    São atores que se misturam  na falta de caráter e no crimes  de corrupção que tomaram de assalto  o Estado  Brasileiro e ramificando-se em quase todos os setores da vida pública e privada, me referindo aqui aos mega-empresários  conluiados com   políticos   inescrupulosos e inimigos  da democracia.
    Por fim,  citaria mais uma vilania  perpetrada contra o Rio de Janeiro,_capital  e Estado): a criminalidade  que se apossou  da vida carioca, que ninguém  mais suporta pelos seus gigantescos tentáculos  que nos espreitam  em cada canto   da Cidade Maravilhosa.  Um governo estadual  praticamente falido, como irá  tratar da questão da  violência? Sem dinheiro, sem verba,   sem competência  de governo,  como essa chaga  infernal  será combatida? Até quando policiais  assassinados por traficantes, inocentes de  todas as idades, vítimas fatais   de balas perdidas,  arrastões,  assaltos, furtos, homicídios dos mais variados, ônibus incendiados, estupros  coletivos, engrossarão  as estatísticas de mortos de nossa sociedade?   
  Serão tão insensíveis as autoridades  de nosso  Estado e de outros  Estados  brasileiros  ante crimes e mais crimes (muitos hediondos)  praticados  por bandidos  fortemente  armados, mais armados do que as  forças de segurança?  Como estancar toda essa selvageria num país que dispõe das Forças Armadas? Não seria isso  um caso  de se  estar atentando contra  a Segurança Nacional? Todo esse altíssimo  número de crimes  ocorridos   no país e  diariamente em todo o território nacional  não é  estatística suficiente para que  repensemos  o nosso estado de direito?  
     As famílias brasileiras não suportam mais  essa ausência do poder público diante  de um clima com semelhanças de guerra urbana. Pais, mães,  filhos,  netos   são mortos  por criminosos  que não respeitam  mais  as forças de segurança. Por isso,  são recorrentes nas suas brutalidades  e covardias  contra a sociedade desarmada.
     Se a bandidagem  sabe que  não será punida duramente  e, quando punida,  logo será solta  para cometer as mesmas atrocidades contra   os fracos e os inocentes, então a criminalidade  tende a  crescer  até  alcançar um  estado  de anarquia  no tecido  social.  Se vivemos, agora,  no Rio de Janeiro e em outros lugares do país,  num clima constante de  medo e de pavor, a quem poderemos recorrer: a um Estado  Brasileiro  omisso e irresponsável, com leis  anacrônicas  e cheia de brechas e recursos legais (traduza-se:  benefícios  concedidos a  homicidas,   assaltantes,  traficantes, e marginais de toda espécie)  para  escroques, traficantes   e delinquentes  juvenis   de alta periculosidade e de crimes abomináveis? 
    Diante desse quadro  tétrico, a sociedade civil se vê  abandonada,  clamando  num país cujas autoridades estão  surdas e indiferentes   às reais  e malignas  chagas  sociais  que atormentam  o quotidiano  do cidadão brasileiro. Só ouvimos, estarrecidos e órfãos,  os tiros de  armas pesadas nas mãos de bandidos que, nos morros e nos asfaltos, nas estradas  e no campo dizimam pais de famílias,  idosos,  jovens e crianças. Um país mesmo  de balas perdidas e de incendiários.
    Não é sem  motivo que muita gente  pensa em deixar  o nosso  país, à procura de um  lugar no exterior onde  possa dormir em paz e a salvo  das metralhadoras  nos confrontos  de traficantes  com traficantes impunes e gargalhando diante  do armamento   inferior  de nossos  policiais, eles mesmos  vítimas   do tiroteios  sem fim. Cadê as autoridades  brasileiras? 


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