terça-feira, 6 de outubro de 2015

O Brasil numa encruzilhada







                                            Cunha e Silva Filho



       Continuam firmes   as pressões da sociedade brasileira  no seu descontentamento com  o governo Dilma. Para quem acompanha como eu  venho fazendo  no Facebook,  a sensação  é a de que  a presidente  perdeu  toda  a nobreza do cargo de mandatária  do país. Quer dizer,  o povo a rejeita  maciçamente e, o que é pior,  não  mais  a figura de  Presidente é respeitada. Perdeu,  junto à sociedade,  a legitimidade  do mais alto  cargo  da República. Ora,  quando  isso  ocorre, nem  o troca-troca de  ministros, nem  a propalada  redução de gastos do governo, de  redução  de salário da Presidente, irrisórios  10%,  nem  a redução do número de ministérios, apenas   oito  ou sete a menos, conseguem  mitigar    a indignação do povo  ante   os desmandos   palacianos.
      Ao contrário,  permanece  ainda perdulário  o governo federal visto que  não foram  recuperados   todos os rombos   provenientes da  propinas  recebidas  por  políticos  aliados  do Planalto. Todos  parecem estar no mesmo barco  da perdição e do descrédito do eleitorado  que vem sendo massacrado  com  inflação  crescente, aumento  de produtos de primeira necessidade    e promessas de mais arrocho (retomada  da CPMF defendida com   unhas e dentes pelo  ministro   da   fazenda)  deixando, por exemplo, o funcionalismo federal  com  salários congelados sine die, quando  o grupo  no Poder  teve aumento  considerável  decretado   pelos   três poderes. Esses atos  impopulares só fazem crescer  a rebeldia  popular  contra  o governo atual.
     Tudo tem sido feito  pelos áulicos  do governo  a  fim de  impedir que  Dilma  saia  do governo e, para  tanto,  tudo vale,    diminuir    a liderança e o protagonismo  do  juiz federal  Sergio Moro  nas  denúncias  e   investigações da LavaJato   através de artifícios  legais que resultem  no  fatiamento de casos de corrupção     entre  governo federal  e  grandes empresas,  fazendo com que alguns deles  sejam  entregues  a outros juízes, naturalmente   para    pulverizar o trabalho   bem   conduzido  pelo  juiz  Moro  junto com  a Polícia Federal.  Ou seja, de agora em diante,   Moro  terá  reduzida    sua  influência  e sua competência  para   aprofundar    os casos  de corrupção   que não  param de  surgir  em outras   empresas com as quais   o governo federal    possa estar  envolvido até as entranhas. Foi um duro golpe  para Moro que até está  aparecendo  menos  nas manchetes dos jornais.
      Vê-se  quão  poderosa   é a máquina do  governo federal  que,  por seus inúmeros mecanismos de defesa, logra   enfraquecer   quem se atreva  a  pôr em  perigo   a manutenção do status quo, da nomenklatura tupiniquim,   tão  fortemente   alicerçada  em fazer valer   as forças  explícitas e  implícitas do Executivo.Romper estas amarras é um trabalho  que requer  bastante o apoio de uma Nação  unida e corajosa,  disposta a não se deixar  vencer  por todas as artimanhas  engendradas  pelos  políticos  submissos ao governo e  pelos tecnocratas  dos três Poderes.
    Urge,  por conseguinte, o surgimento de   uma   forte pressão popular  no sentido  de  tentar   quebrar os grilhões  dos três poderes que estão impedindo  uma    mudança  nos rumos da  política brasileira para  um estado  verdadeiramente democrático livre de corrupção  e de autoritarismo  de governança.  Sem  o povo vigilante  e  revestido  de  brasilidade  será   quase impossível   conseguir livrar o país  do elevado  peso  de sacrifícios impostos  pelo governo Dilma  à sociedade  civil goela abaixo. Alguns sinais concretos  de descontentamento  crescente já se fazem sentir: greve na Caixa Econômica Federal, em bancos privados e em outros setores  que  provavelmente  entrarão  no mesmo esquema   de protestos por paralisações. Manifestações contra o governo federal  já  estão programadas.
    Um governo  não se sustenta por muito tempo  sem o apoio popular, a menos que se transforme numa  ditadura “democrática,” na qual  o poder  passe a emanar  de um  presidente  repudiado  pela grande maioria  do eleitorado brasileiro. E isso é o que  não queremos   para o nosso Brasil ainda que  esperneie esses grupo conivente  com  o Executivo  instaladono Planalto e no Congresso já completamente  desvinculado  das aspirações  do povo  brasileiro.Dilma  não existe mais como  uma persona  grata  na alma  brasileira


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