quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Charlie Hebdo: a ferocidade insana dos fanáticos terroristas




                                                             Cunha  e Silva Filho



          France Immortelle é o belo título  de dois volumes antigos da magnífica  obra  didática da década de  1940, de Cleófano L. de Oliveira,    ilustrado  professor de francês e literatura  e de português e literatura  em São Paulo, a cujas  páginas,, até em pesquisas  recorri sobre  literatura  francesa. Esse título,   a meu ver,  resume  o que nós latinos,  que amamos  a cultura francesa,  o sentido simbólico  do  que representa    Paris,  a “Cidade-Luz,”  ou a “vitrine do mundo,”  na afirmação do crítico e historiador Afrânio Coutinho (2011-2000). Lamentamos profundamente  o  recente duro  golpe  covarde  e  ignaro   de  terroristas  tresloucados contra  notáveis  artistas  do cartum. Terroristas  que não sabem  nem mesmo   avaliar  o que seja o  papel  do  cartunista,  de quem  faz charge, caricatura e  humor com  arte  não visando,  é claro,  a denegrir  a imagem   de ninguém,  mas a provocar   o riso, os exageros   da espécie  humana, sejam  eles quais forem.  Não anunciam a tragédia, mas  a comédia do riso, da galhofa, das loucuras  humanas. Se, por vezes,  exageram,  é porque  desejam  que   o mundo  seja  mais leve,  mais justo  e mais  cultivado.
     O grande erro que,talvez   tenham  contido foi  em algumas pautas  mexerem  com  vespeiros  de  jovens  sem massa  cinzenta,   que não sabem   bem  estimar  até onde  um  possível ofensa  possa   macular a imagem  de  líderes  religiosos.
    O ato  terrorista contra    notáveis   cartunistas   distingue como  uma   maldade tão superior  à arte - uma criação  livre e amoral -    que assassinar artistas  e  outras pessoas   que,   próximas deles  ou  implicadas  no atentado por  razões  de  trabalho   no jornal e pela condição de serem   duas delas  policiais  no cumprimento  do dever, o ato  terrorista  e diabólico se anula e se torna, assim,  mais   repulsivo e condenável.
   Vivemos   momentos  sombrios  em todo o mundo,  civilizado ou  não, e um desses  há tempos  assumiu  sua  face mais   odienta   e abominável – o terrorismo -  ação  covarde,  que mata  pessoas  indefesas,  em qualquer lugar,   sem respeitar  ninguém,  apenas   impulsionados  pela    mente   doentia  de praticar   o mal  sem dó nem  piedade.
    Não sou  contra   a entrada  de imigrantes em algum  país,  todavia os tempos atuais   nos  forçam  a  sermos  mais   atentos e critérios  na concessão de  asilo  a  estrangeiros  de  algumas    regiões  do mundo. A globalização   de  ondas migratórias, provocadas  por  guerras  e conflagrações de povos   que  abandonam seus  países de origem,   tem sido  responsável  por permitir  o ingresso  de  indivíduos  suspeitos  e que são  instrumentos potencialmente    geradores   de  ações  terroristas  iminentes.Cumpre haver uma vigilância  constante nos  países  onde  exista   número   substancial  de   asilados.  São os casos hoje em dia dos EUA, da Inglaterra,  da França, do Brasil, em ter  outros   países.
     O exemplo recente  da morte de doze pessoas  em Paris  é apenas um alerta para que autoridades   do Estado  se  acautelem  contra   ataques   dessa natureza.  Não  é de modo algum   fazer  ressurgir  a xenofobia. O ódio ao  apenas  por ser estrangeiro não  se recomenda  como medida   contra  terroristas. Há pessoas  boas,  adaptada  culturalmente a um  pais que as abrigou  que   jamais   farão  mal    à terra  que adotaram  como  segunda ou  terceira  pátria, não importa.  
    Veja-se o  que ocorrem  no  Brasil. Recebemos bem os estrangeiros que aqui aportaram,  criaram  raízes ,  aumentaram suas   descendência  e, muitas vez,  nem mais querem  regressar à pátria de origem. São exemplos de  convivência pacífica  árabes, sírios e judeus, japoneses  e   chineses. Aqui continuam  com suas   religiões,  seus  cultos,   sua fé sem que exista  mais o  ódio  entre si.
    A questão  de grupos   pertencentes a rede Al-Qaeda, o agora   denomina do grupo  “Estado  Islâmico” e outros  menos conhecidos  deverão constituir o alvo  principal   dos órgãos de segurança  da paz  mundial, tendo à frente a ONU. Para eles,  não deverá  haver  trégua sob  pena de os países  que vivem  em relativa  paz    sofreram  duros  golpes  de novos atentados  em qualquer  parte.
    Ainda que  deixando   penalizados  os homens  que respeitam  a liberdade  de expressão e  de imprensa em qualquer parte do mundo  onde haja  o exercício  pleno desse bem supremo, os grandes  artistas  da  caricatura,  liderados por Stéphne Carbonier, o Charb e o seus três outros   companheiros  do cartum,  foram  executados    covardemente  em Paris  quando   estavam  cumprindo  seus papéis. Pelo  traço  inconfundível de cada um,  produzindo   o riso,  a sátira, a reflexão,  o humor   e o exercício  da inteligência  gráfica perde a cultura  cartunista mundial   quatro    homens  cujo  principal   esforço  de vida foi   ridicularizar  a pantomima  humana,  os defeitos   de poderosos e tantos outros  ângulos  da cultura da Humanidade graças à magia  da obra de arte eloquentemente    retratada  na deformidade   consciente   das formas visuais  e  da sua  correspondente  forma  de discurso   escrito.




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