quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Tradução de um poema de Manuel Machado (1874-1946)






             Cantares 


Vino, sentimiento,  guitarra y  poesia
Hacem los cantares de la patria mía.
                  Cantares...
Quien dice cantares dice Andalucia.

A la sombra fresca de la vieja parra,
La guitarra...
Um mozo moreno rasgue ala guitarra...
                  Cantares...
Algo que acaricia y algo que desgarra,

La prima que canta y el bordón que llora...
Y el tiempo callado se va hora tras hora...
                 Cantares...
Son dejos fatales de la raza mora.

No importa la vida que ya está perdida,
Y, después de todo, ¿qué es eso la vida?...
                Cantares...
Cantando la pena, la pena se olvida.

Madre, pena, suerte, pena, madre, muerte,
Ojos negros, y negra suerte...
              Cantares...
Em ellos el alma del alma se vierte.

Cantares, cantares de la pátria mia.
Cantares non sólo de Andalucia.
              Cantares...
No tiene notas la guitarra mia.

               
             Cantos

Vinho, sentimento e poesia
Formam os cantos da minha pátria.
              Cantos...
Quem diz cantos diz Andaluzia.

À sombra fresca da velha parreira,
Um jovem moreno dedilha o violão...
             Cantos...
 Algo que  acaricia  e algo que se separa
A corda fina que canta e a corda forte que chora...
E do tempo o silêncio se esvai a cada hora.
                     Cantos...
São  ritmos fatais da raça moura.

A vida pouco importa, pois já está  perdida,
E, ao final de contas,  que é isso chamado vida?...
                    Cantos...
A dor cantando, logo se olvida.

Mãe, sofrimento, sorte,  mágoa, mãe, morte,
Negros olhos,  negros, e negra a sorte...
                   Cantos...
Neles a alma da alma se iguala.

Cantos, cantos da pátria minha.
Cantos, só os de Andaluzia.
                  Cantos...
Do meu violão emudeceram os sons.

                                                                          ( Trad. de Cunha e Silva Filho)


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