quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O que o governo federal deixou de fazer para o bem do povo








                                                       Cunha e Silva Filho

         Estamos quase em plena campanha pela corrida presidencial  no país. Os candidatos  mais   conhecidos e com maior  índice  nas pesquisas  de  eleitores não irão perder  oportunidades de levantar  questões   urgentes  para   tornar a vida do brasileiro menos dolorosa em alguns aspectos cruciais: violência,  saúde (pública  e privada), transporte, educação.   De propósito,   a ordem  em que  essas questões prioritárias  aqui são  mencionadas se refere ao descaso   com que  vêm sendo  tratadas  pelo  governo da  Presidente Dilma Rousseff.  Por outro lado,  é de se assinalar a  posição   privilegiada da candidata  à reeleição nos índices  de  aprovação   do  povo.
Claro  é que,  estando   no  primeiro lugar    na preferência das pesquisas, há um  contradição que  é preciso  elucidar: o grande   número de eleitores da Sra. Dilma Rousseff faz parte  dos que são beneficiados  pelo  programa   social do  Bolsa Família, reforçado  pelo    nível   de   consciência  política   do povo brasileiro,  que é baixíssimo, sobretudo no  interior do país, de Norte a Sul, mas em particular no  Nordeste. Esse  é o grande  trunfo   da atual   Presidente  a despeito  de todas  as mazelas que  continuam  castigando  os brasileiros  na  sua  totalidade,   ou seja,  considerando  os níveis  sociais mais baixos.se excetuarmos a questão da criminalidade, a qual  afeta igualmente as classes mais elevadas. 
A arraia-miúda não quer saber  se houve mensalão,  se foram   bem  julgados seus responsáveis, se há outros  escândalos  ainda  entranhados no seio  da administração  pública  brasileira. O povão quer mesmo  é  se assegurar de que o país  ainda  tem   futebol, praia, mulheres  bonitas,  samba,  baile funk, rap, carnaval e outros   derivativos  para  as suas deficiências   de cidadania.  Quer dizer,  se não  falta   esse lado  hedonista,   o país vai andando  com pernas   bambas, mas ainda  assim satisfeito e até esquece  que os hospitais públicos   estão arrasados, que os ônibus  são  armas  mortais,  que  a escola pública   é feita  só   para  pobres e, de forma  geral, é  deficiente.O populacho  não  quer saber se o governo  é da direita, da esquerda  ou de qualquer  outras     orientação  ideológica.
Enquanto isso, as elites, em cada  estado  brasileiro,    vivendo  do melhor,   nas grandes  festas, nos  melhores hotéis,  nas viagens  ao exterior,  com seus saldos  bancários  sem limites   de saque  pouco  estão se lixando  para o zé-povinho que,  desde tempos imemoriais, desde o   Brasil Colônia, nos dois  impérios e nas fases  diferentes da República,  sofre  na cabeça e no corpo  e teima em ser  subserviente  ao poder   instituído.As classes dominantes  quase nada se  diferenciam  entre si e em qualquer  parte do mundo.
Agora,  um  problema  de alta prioridade  está desafiando  os potentados e o resto da  população  brasileira: a a violência  desenfreada que não livra ricos, pobres  e miseráveis, numa  grau de  epidemia   que se   alastra pelo  país afora, tanto nas capitais quanto nas cidades. De outra parte,  os  órgãos de segurança   não estão dando conta    desse  descontrole  de agressividade  que campeia entre nós. Arrisco-me a afirmar que  o nosso  país  é, em certos aspectos da  criminalidade,  o mais violento do mundo e é voz corrente que,  se no Brasil,  não temos  ainda  guerra civil,  as estatísticas de assassínios são  de longe  bem superiores  a países em  guerras civis. Isso é monstruoso, e monstruoso principalmente se  levarmos em conta  que  os criminosos  não  têm  respeito mais  pela  polícia, pelas autoridades de segurança, pelas forças armadas.
O pior é que  a criminalidade aqui, que ceifa inocentes,  jovens,  crianças, adultos e  idosos, ainda conta com  um  grande  auxílio dentro das própria  estrutura   da legislação penal  brasileira: a impunidade. Ora,  sabendo alguém  que, se cometer um  crime,  do mais leve ao mais  abjeto,  não  é  punido com  a força da Lei,  a cultura do crime  se fortalece,  tem seu   vasto campo livre para comprar armas  de países   fronteiriços  sem que  as autoridades  brasileiras  do setor de  segurança  tomem  posições   rigorosas  contra  os  malfeitores.
Num país como  o nosso  com  instituições já criadas pelos sistemas democráticos e em funcionamento,  é muito estranho que as soluções para  a escalada da violência  diuturna  no país nunca  se configurem  de modo  eficiente e não produzam resultados  duradouros.  É preciso ainda   acentuar  um outro  tipo de crime deletério  e abominável: o do enriquecimento  ilícito, aquele  proveniente  de superfaturamentos,  de propina, de licitações  fajutas,  de formação de quadrilhas de colarinho branco. 
 Por exemplo, durante  todo  o período  do governo  Lula  e da sua sucessora, o que se tem visto é  amais despudorada  sequência  de   denúncias contra  gente ligada ao poder  político atual. Tem-se, assim, a impressão de  que nosso  homens  públicos  em geral  são formados  de   gente  sem caráter  e lapidado  com cinismo   sem  limites,  ou seja,  cometem   desídias envolvendo  dinheiro   do Erário Público  como se fossem  criminosos   explodindo  caixas eletrônicos em todos os rincões do país, notadamente, agora,  em cidades   do interior.  
Ora,  a se manter  uma situação   de imoralidade administrativa, em vários setores  do governo federal  e dos governos estaduais e municipais, agravada  com atos de vilania  administrativa  além-fronteiras (caso da  refinaria de Pasadena, de denúncias  de  contas   ilícitas  em bancos suíços etc.),  o pais vai  chegar a um  ponto   insuportável   e o resultado  de tudo isso  será   sentido nas urnas  e nas  manifestações  em praças  públicas.
O país, com todos  esses  agudos  e escabrosos   problemas,  não vai aguentar-se como nação.Ou teremos  homens  de grande  espírito democrático no poder, ou seremos uma  nação  sem futuro.

NOTA: Ao concluir este artigo,  acabo de  ver aqui mesmo  na internet que o  candidato  pernambucano à Presidência da República, Eduardo Campos, 49 anos,  morreu hoje de manhã em acidente  de avião. De minha parte,  envio à família dele as minhas   sinceras  condolências, porque esse jovem  político, que concedeu  entrevista ontem  mesmo à noite, no Jornal Nacional,  me passou uma boa impressão com suas  ideias,  propostas  e  intenção  de  realizar  um governo  de melhoria   para o  Brasil, de ser um  homem  equilibrado,  amável  e de grande futuro  para a política  brasileira. O país fica mais  triste  e sem esperança.Que Deus o tenha e lhe  conforte os familiares em face  desta dor imensa.  




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