domingo, 13 de maio de 2012

Tradução de um texto de Raymonde Norman*



Para a mãe Elza, minha mulher, e para minha mãe Ivone e todas as mães neste “Dia das Mães”



Minha mãe







Sobre minha fronte põe tuas mãos frescas. Aí.. sim.. que refrigério! Isso tudo me faz reviver o tempo em que, pequenino, me punhas sobre os joelhos quando eu tinha um grande pesar, por exemplo, um galo na testa, ou quando, sem querer ter revelar, tinha medo dos ruídos e da tantas sombras sob o meu leito de criança.

Me sorri agora com este mesmo sorriso pleno de luz. Recordas? Dizias-me que era “teu pequeno cavalheiro.” Me parecias feliz, feliz como as fadas e princesas dos contos maravilhosos.

Teus cabelos embranqueceram. Por acaso foi de tanto chorares por mim? Não tens mais o rosado na pele. Não seria por que tanto ficaste à minha espera?

Em tua pessoa pensava às vezes lá distante, na solidão no meio de meus colegas de cativeiro. Levado no rol dos repatriados, retorno através de pequenas etapas e longos dias até chagar a ti. Não te disse ainda nada ainda, nem a ti dado nenhum testemunho. Cansado e muito magoado me encontro agora.. No entanto, tu sabes agir sem questionar. Com passos leves, me cumulas de cuidados, de silêncio, de tua presença.

Te sigo pelo olhar. Bebo teu sorriso: não quero pensar em nada e, se por acaso o pesadelo me ameaçar, ou se as lembranças de sofrimentos me assaltarem, estenderei a mão; estarás aí perto ... e o meu cansaço passará Um dia, talvez, quando estiver mais disposto, te contarei. tudo.... como se esvazia de um saco bem pesado todas as minhas dores. Agora, quero esquecer, quero viver e te quero junto de mim... Mamãe.



(Trad. de Cunha e Silva Filho)





Nota: A despeito de ter pacientemente procurado, via Internet, dados biográficos do autor do texto acima, de resto, uma texto belíssimo falando dos valores universais das Mães, na consegui encontrar nada de concreto. Só contei com o livro, do qual extraí a passagem que traduzi, que está num antigo compêndio didático de français escrito por Marcel Debrot, livro lido na adolescência, adotado por meu pai, meu então professor de francês no Ginásio “ Des. Antônio Costa,” instituição escolar particular, mais conhecida como “Domício.” O título do livro é Le français au gymnase, terceira e quarta séries ginasiais, publicação Editora do Brasil, São Paulo, 5. ed., p.34-35. Agradeceria a qualquer leitor caso me fornecesse dados biobliográficos referentes ao texto.

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