quarta-feira, 30 de maio de 2012

Tempo esgotado para um criminoso




Cunha e Silva Filho


Os Estados Unidos mais preocupados estão é com as eleições; quando falo dos EUA, falo de Barak Obama que, agora, já tem seu rival de campanha muito próximo de si. Por essa razão, a política externa fica em segundo plano. País que tem liderado belicamente o mundo nos últimos anos, o dedo americano quase sempre estava na ferida alheia. Isso, se deu em toda a parte do mundo onde as tropas americanas poderiam interferir e até derrubar governos. Assim se deu com Saddam Russein, com Gaddafi, com os talibãs simbolizados pelo terrorismo da antiga liderança do hoje defunto Osama Bin Laden. Porém, quando se trata do genocida Bashar Al-Assad a transparência da belicosidade americana meio que fica oculta ou muito discreta.

Não é de agora que as matanças indiscriminadas do tirano Bashar Al-Assad têm mergulhado a Síria num oceano de sangue fratricida. As aparências mesmo se enganam. Quando a tevê internacional mostra encontros do ditador com diplomatas ou enviados da ONU, e o foco da câmera se projeta na figura do genocida, ninguém é capaz de imaginar o quanto existe naquele meio sorriso guardado no íntimo de lobo ferocíssimo.. E se passarmos a analisá-lo do ponto de vista semiológico-linguístico, tendo como molas os gestos, a voz, o discurso, a fala do homem forte e de aparência fingidamente tranquila, chegamos à conclusão de quanto o ser humano é capaz de afirmar mentiras deslavadas e cínicas e de transformação de personalidade com máscaras teatrais de bondade e suavidade inexistentes.

Ninguém consegue mentir o tempo todo para o mundo a não ser facínoras, os assassinos frios e sem alma. Querer descaradamente culpar o rebeldes pela matança dos próprios rebeldes é brincar de tirano com a humanidade.Contudo, é isso o que BasharAl-Assad vem fazendo não somente martirizando milhares de inocentes, sobretudo crianças. As inúmeras cenas mostradas nas tevês para o mundo inteiro são razões de sobra para uma imediata intervenção na Síria liderada por países que defendem a democracia e liberdade e que por isso, a não reagirem drasticamente contra os crimes na Síria, darão a impressão de que estão pouco se importando com uma situação de desumanidade insuportável vivida por aquela população. Os primeiros passos, felizmente, já foram dados por alguns países importantes expulsando os diplomatas sírios das suas embaixadas e consulados. Não entendo por que a Rússia e a China, aliados da Síria, não tenham feito pelo menos sérias advertências contra uma questão que está acima da rivalidades ideológicas e econômicas entre as nações: o respeito à vida.

Não adianta enviar mais representantes diplomáticos para lá, pois nada surtiu efeito após a presença de observadores que acompanharam parte do desenrolara dos combates entre rebeldes e tropas de um governo que não respeita a leis do direito internacional, dos seus órgãos de paz e segurança, todos já seguros dos crimes do ditador sírio e de seu desrespeito a todas as instâncias em que os direitos dos povos livres foram enxovalhadas todos os sentidos e em todas os compromissos anteriormente assumidos através de representantes da diplomacia síria com os dirigentes da ONU. Contra tiranos, déspotas, autocratas não há negociação. A única força que talvez respeitem seria a das armas de nações que lutam pela liberdades dos povos num mundo que , num conjunto de seus países, deveria ser sempre livre e harmonioso.

O culpado-mor não poderia apenas ser apeado do poder, mas punido por crime contra a humanidade, assim como merecem todos os genocidas e inimigos da vida. O exílio não seria para ele um castigo exemplar, mas um julgamento na Corte Internacional de Haia.

Não estou vendo da parte do governo brasileiro nenhuma reação contra a situação angustiante do povo sírio. A América Latina não me parece ter dado nenhum passo em direção às agruras insuperáveis dos mortos assassinados pelo ditador Bashar Al-Assad

Uma Humanidade desunida, fragmentada e preocupada apenas com sua força econômica, com os seus problemas internos jamais fará do nosso planeta um lugar de felicidade, seja no domínio material, seja no domínio espiritual.O mundo está necessitando é de uma ecopolítica sustentável em dois grandes pilares: democracia plena e defesa da vida contra opressores em qualquer quadrante da Terra.Isso não é um anelo utópico;, irrealizável. A utopia com um pé no chão parece um oximoro, sim. Mas, ela se pode tornar realidade entre homens que pensam com o cérebro e com o desejo de um encontro decisivo e franco com o seu semelhante independente de fronteiras de países, de línguas, cores, religiões, sectarismos político-ideológicos.

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