segunda-feira, 19 de março de 2012

Um poema de Paul-Marie Verlaine (1844-1896)

Le ciel est par-dessus le toit...


Le ciel est, par-dessus le toit,
Si bleu, si calme!
Um arbre, par-dessus le toçit,
Berce as palme.

La coche, dans le ciel que’on voit,
Doucement tinte,
Um oiseau, sur l’arbre qu’on voit,
Chante as plainte.

Mon Dieu, mon Dieu, la vie est lá
Simple et tranquille.
Cette paisable rumeur-là,
Vient de la ville.

-- Qu’as-tu fait, ô toi que voilà
Pleurant sans cesse,
Dis, qu’as-tu fait, toi que voilà,
De ta jeunesse?


Acima de nós, o céu


Tão azul, tão calmo!
O céu pairando acima de nós,
Por cima do telhado uma árvore,
Sua palma balouçando.

O sino, na amplidão do céu,
Docemente toca,
Na árvore, um pássaro, a céu aberto,
Seu queixume canta.

Meu Deus, meu Deus, e a vida ali está
Simples e tranquila,
Este sussuro de paz
Da cidade vem.

-- Que fizeste, ó criatura de tudo aquilo
Neste choro sem fim,
Dize, ó criatura, de tudo aquilo, que fizeste
De tua juventude?

(Trad. de Cunha e Silva Filho)

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