quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Tradução de um poema de Rubén Darío

Tradução de um poema de Rubén Darío





Lo fatal

Dichoso el árbol que es apenas sensitivo,
Y más la piedra dura, porque ésta ya no siente,
Pues no hay dolor más grande que el dolor de ser vivo,
Ni mayor pesadumbre que la vida consiente.

Ser, y no saber nada, y ser sin rumbo cierto,
y el temor de haver sido, y un futuro terror...
Y el espanto seguro de estar manãna muerto,
y sufrir por la vida y por la sombra y por

lo que no conocemos y apenas sospechamos,
y la carne que tienta con sus frescos racimos,
y la tumba que aguarda con sus fúnebres ramos,

¡ y no saber adónde vamos,
ni de dónde venimos!...

(Rubén Darío - 1867-1916 Cantos de vida y esperanza)


O inevitável

Feliz da arvore que apenas sensível é,
E mais ainda a pedra dura, porque nada sente,
Porquanto maior dor não existe do que a de vivo estar,
Nem tristeza maior do que da vida a consciência.

Ser, e não saber nada, vagar sem norte,
Com o temor de haver sido e um terror do futuro
e a certeza espantosa de, na manhã seguinte, estar morto.
e sofrer pela vida e pela sombra e pelo

não-conhecido sofrer ainda, embora suspeitado somente
e sofrer pela carne que, com a suas uvas frescas, seduz
e pelo que o túmulo espera com seus ramos fúnebres,

e não saber da verdade derradeira
nem da vida a origem!

(Tradução de Cunha e Silva Filho)

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