sábado, 10 de outubro de 2009

Um poema de William Butler Yeats

Cunha e Silva Filho

Hoje, escolho para o leitor um poema de William Butler Yeats, poeta inglês, ganhador do prêmio Nobel, nascido em 1865 e falecido em 1939.*
O poema em questão, “When you are old”, foi extraído da obra The Rose (1893). Mais adiante, apresento ao leitor a tradução bilíngue dessa peça poética.
Os primeiros poemas de Yeats receberam o influxo do material mítico e folclórico do Norte da Irlanda. A essa temática ele acrescentou outros tópicos, transformando tudo isso em poesia de alta elaboração poética.
Cumpre recordar que, com o tempo, seu lirismo se expandiu em outros temas que, além da antiga dicção ligada à Irlanda, poetizando o amor, a saudade, a reflexão sobre o tempo, a história, a balada amorosa, a dimensão espiritual, a poesia narrativa, num clima de magia e misticismo, o poeta explorou, depois, temática vinculada a um realismo angustiado de base nacionalista e preferências políticas. A par disso, Butler escreveu também peças teatrais, ensaios, contos, autobiografias e sobre filosofia. Muitos poemas de sua lavra têm suas raízes plantadas no seu tempo de criança na Irlanda.
Uma característica sua como poeta, que o acompanhou obstinadamente durante toda a vida, era fazer revisões e alterações em seus escritos poéticos. O poeta deixou as seguintes obras: Crossways (1889), The Rose, já referida, The Wind among the Reeds (1889), In the Seven Woods (1903), The Green Helmet and Other Poems (1910), Responsabilities (1914), The Towers (1928) The Windig Stairs and Other Poems (1929) e The Collected Poems (1933).
Segue, abaixo, o mencionado poema :


When you are old


When you are old and gray and full of sleep,
And nodding by the fire, take down this book,
And slowly read, and dream of the soft look
Yours eyes had once, and of their shadows deep;
How many loved your moments of glad grace,
And loved your beauty with love false or true;
But one man loved the pilgrim soul in you,
And loved the sorrows of your changing face.
And bending down beside the glowing bars
Murmur, a litle sadly, how love fled
And paced upon the mountains overhead
And hid his face amid a crowd of stars.


Momento da velhice


Quando a velhice chegar, grisalha e sonolenta,
A cabeça movendo, ao pé da lareira, pegue este livro
Leia-o sem pressa, e sonhe com o doce olhar de outrora
E sonhe com suas sombras profundas.
Quantos lhe amaram o tempo de viço e alegrias
Quantos lhe amaram a beleza com sinceridade, ou não.
Um homem, porém, sua alma peregrina amou, sim,
E amou ainda as tristezas de sua face mutável.
Inclinando-se, junto às grades em brasas
Sussurou algo triste: o amor se foi e
Atravessou as montanhas bem distantes
E ela, entre miríades de estrelas, dele ocultou a face.


Nota:
* As informações biobibliográficas aqui fornecidas, e bem assim dados relevantes sobre a temática do poeta, foram pesquisadas principalmente na seguinte fonte, da qual extraí o poema traduzido: YEATS, William Butler. Early poems, unabridged,. New York: Dover Publications, INC., 1993. O poema se encontra nas págnas 29-30.

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